Ogum: Orixá da Guerra e do FerroAproximadamente 2 min de leitura

Ogum é uma das figuras mais poderosas e respeitadas do panteão afro-brasileiro. Representa o ferro, a guerra, a coragem e o caminho aberto. Mas sua simbologia vai muito além das armas e das batalhas. Ogum é, antes de tudo, aquele que desbrava, que corta o mato fechado, que abre passagem onde não havia trilha.
Nos dicionários de símbolos, o ferro é visto como força bruta, mas também como instrumento de transformação. É o metal que pode tanto matar quanto construir. Por isso, Ogum não é só guerreiro, é também ferreiro, artesão, engenheiro das possibilidades. Onde outros veem obstáculos, Ogum vê a matéria-prima do futuro.
Sua espada, símbolo máximo, carrega ambivalência, destrói para proteger, corta para curar. Ela é o fio que separa o caos da ordem. Ogum também é ligado às estradas e aos caminhos, pois foi ele quem primeiro andou sobre a Terra, abrindo passagens para os outros orixás. Assim, é símbolo de progresso, de avanço e de movimento.
Na mitologia iorubá, Ogum é aquele que não teme o desconhecido. Atravessa florestas, cidades e fronteiras espirituais. No Candomblé e na Umbanda, é saudado como patrono dos que trabalham com metais: ferreiros, mecânicos, soldados, cirurgiões, e daqueles que enfrentam desafios diários com firmeza e honra.
Sua cor é o azul-escuro ou o verde-musgo, dependendo da tradição, representando a força da mata e a profundidade do oceano da mente guerreira. Seu dia é terça-feira, seu elemento é o ferro, seu dom é a ação. Seu símbolo, o facão ou a espada, carrega o peso de quem precisa agir com justiça, mesmo quando a escolha é difícil.
Ogum ensina que guerrear não é simplesmente lutar. É permanecer firme, mesmo na dúvida. É não recuar diante do que precisa ser feito. É cultivar a disciplina e a coragem como ferramentas sagradas.
Ele não é só o orixá da guerra externa, mas também da luta interna: contra o medo, contra a inércia, contra as prisões invisíveis do espírito.
Ogum, aquele que abre os caminhos.