LakshmiAproximadamente 2 min de leitura

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Lakshmi é a deusa hindu da riqueza, da beleza, da sorte e da prosperidade. Seu nome vem da raiz lakṣ, que significa “meta”, “objetivo”, “alvo”. Isso já revela muito, ela não é apenas a senhora do ouro e das colheitas fartas, ela é também a representação daquilo que buscamos com o coração, seja no plano material ou espiritual.

Na tradição hindu, Lakshmi é esposa de Vishnu, o preservador do universo. Assim como ele sustenta o equilíbrio do mundo, ela sustenta a ordem da vida cotidiana. Enquanto Vishnu age, ela floresce. E seu florescer é silencioso, delicado e profundo.

Na maioria das representações, Lakshmi aparece sentada ou de pé sobre uma flor de lótus, com moedas douradas escorrendo de suas mãos. Esse lótus não é mero enfeite, ele simboliza a pureza que emerge mesmo nas águas turvas do mundo. A mensagem é clara, a verdadeira riqueza nasce do coração limpo, da mente focada, do espírito sereno.

Ela tem quatro braços, cada um representa um aspecto da existência: dharma (a conduta justa), artha (a riqueza legítima), kama (o desejo equilibrado) e moksha (a libertação espiritual). Ao abençoar com as mãos abertas, ela convida ao fluxo: receber sim, mas também repartir.

É por isso que seu culto está ligado à generosidade. Quem se apega demais ao que tem, fecha as mãos, e mãos fechadas não podem receber.

Lakshmi também é vista como manifestação da luz solar na dimensão da fartura. Ela é a “luz do lar”, o brilho do ouro, a vibração do contentamento. A deusa é mencionada como expressão da energia feminina que gera harmonia e beleza no mundo. Ainda é bom lembra a ideia de que Lakshmi não é apenas riqueza, ela é o equilíbrio que torna a riqueza possível.

No sul da Índia, é comum associá-la à chuva, à agricultura e à terra fértil. Já no norte, sua figura está mais ligada aos negócios, à sorte financeira, aos grandes festivais de luzes, como o Diwali, em que casas são iluminadas com lamparinas para atrair sua presença.

A simbologia de Lakshmi desafia a separação entre o sagrado e o mundano. Ela ensina que riqueza não é apenas o que se guarda, mas também o que se compartilha. A casa que a acolhe precisa estar limpa, em ordem, cheia de gratidão. Não por rigidez moral, mas porque a abundância floresce melhor onde há respeito, beleza e silêncio interior.

Como toda verdadeira deusa, ela não se impõe. Ela chega suavemente. Chega onde há alegria. E permanece onde há equilíbrio.

Lakshmi é, em essência, a arte de bem viver.

Valter Cichini Jr:.

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