Iemanjá: Senhora das Águas e Mãe de TodosAproximadamente 2 min de leitura

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Iemanjá é um dos orixás mais conhecidos e amados das religiões de matriz africana. No Candomblé e na Umbanda, ela é a senhora dos mares, das águas salgadas, mas também representa o princípio materno universal, é a mãe que acolhe, protege e guia.

Seu nome vem do iorubá Yèyé omo ejá, que significa “Mãe cujos filhos são peixes”. Essa origem simbólica aponta para sua ligação profunda com a vida que nasce nas águas, com o ventre do mundo, com a fertilidade e o cuidado. É por isso que Iemanjá é considerada a grande mãe, não apenas dos orixás, mas de toda a humanidade.

Na simbologia tradicional, Iemanjá carrega múltiplas camadas. Os dicionários de símbolos mostram que o mar, ao qual ela está ligada, é sempre visto como um espaço de mistério, de origem e de transformação. O mar abriga o inconsciente, os sentimentos profundos, aquilo que não se vê com os olhos, mas se sente com a alma. Assim, Iemanjá também rege os ciclos da vida emocional, a fluidez dos afetos, as marés internas que moldam nossa existência.

Como mãe arquetípica, ela representa o feminino em sua força de criação e sustentação. Sua imagem é muitas vezes associada à figura da sereia, sedutora, intuitiva, misteriosa, mas também à da rainha majestosa, protetora, imponente. Em algumas tradições, ela aparece como Nossa Senhora dos Navegantes, numa fusão simbólica que une os mares africanos e europeus, as crenças do corpo e da alma.

No culto afro-brasileiro, suas cores são o branco, o azul claro e o prateado. Seus símbolos incluem o espelho, que reflete a verdade interior, o leque, os búzios e os peixes. Suas oferendas são levadas ao mar, em flores, perfumes e pequenos presentes, gestos de carinho e reverência a uma mãe que nunca abandona seus filhos.

Iemanjá é também um ponto de encontro entre o visível e o invisível. Ela vive na fronteira entre a terra e o oceano, entre o sagrado e o cotidiano, entre a tradição ancestral e o presente vivo. Quando invocamos seu nome, não estamos apenas chamando uma entidade espiritual, estamos reconhecendo em nós mesmos a necessidade de acolhimento, de origem, de amor incondicional.

Por isso, sua imagem não se apaga. Ela está nas festas populares de 2 de fevereiro, nas preces silenciosas à beira-mar, nos sonhos que trazem água e proteção. Iemanjá é símbolo da vida que nasce das profundezas, da mulher que gera e guia, da força que vem das águas, ora suaves, ora bravias, mas sempre fecundas.

Valter Cichini Jr:.

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