Olorum ou Olodumaré: símbolo da origem e do mistérioAproximadamente 3 min de leitura

Olorum ou Olodumaré: símbolo da origem e do mistérioAproximadamente 3 min de leitura

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Sim, Olorum e Olodumaré são a mesma entidade em diferentes nomes. Olorum é o nome iorubá para o Deus Supremo, criador de todas as coisas, enquanto Olodumaré é uma forma alternada de escrever e pronunciar o mesmo nome. Ambos referem-se ao Ser Supremo que reside no Orum (mundo espiritual), fonte da vida e princípio de todas as coisas.

Para entender melhor, considere:

Olorum (Ọlọrun): Nome iorubá para o Deus Supremo, o criador e senhor do Orum.

Olodumaré (Olódùmarè): Variante do nome Olorum, também referindo-se ao Deus Supremo e criador.

Orum: O mundo espiritual, onde Olorum reside e de onde emanou a criação.

Em resumo, Olorum e Olodumaré são apenas formas diferentes de nomear a mesma divindade, a entidade suprema e criadora na cultura iorubá e em religiões afro-brasileiras como Candomblé e Umbanda. A partir deste ponto adotaremos Olorum como referência no texto.

Ao meditar sobre Olorum, entramos em contato com a origem da existência e com a ideia de que há algo maior que nos sustenta, uma força que não exige prova, mas presença. Ele é símbolo da fé que nasce do sentir, não do ver.

Olorum é o princípio de tudo no universo religioso iorubá. É a fonte suprema, o sopro vital, o que está antes de tudo e permanece além da compreensão completa. Seu nome, muitas vezes traduzido como “Senhor do Céu” ou “Aquele que habita o Orum (o plano espiritual)”, carrega a ideia de uma presença silenciosa, invisível, mas absolutamente essencial.

Diferente de outras divindades que se manifestam diretamente no mundo, Olorum não desce, não toma forma. Ele é. Sua atuação é indireta, como o vento que move as folhas sem ser visto. Nos cultos afro-brasileiros, como o Candomblé e a Umbanda, Olorum é também conhecido como Olodumarê, e representa o Deus único, criador de todos os orixás, dos homens, da natureza e das leis que regem o cosmos.

Nos dicionários de símbolos, Olorum é associado ao céu infinito, à luz espiritual e à energia primordial. Ele simboliza o Todo e o Nada, a origem e o fim, o mistério que não se revela por completo, mas que se faz sentir em cada gesto da vida. É comum que seja relacionado à ideia do sol como fonte de luz e calor, embora ele não seja o próprio sol, é o que criou o sol.

Segundo diversas vertentes simbólicas, Olorum se conecta à ideia do divino impessoal, comparável ao Tao dos chineses ou ao Brahman da tradição hindu. Ele não se comunica com os humanos diretamente, mas por meio dos orixás, que são como facetas ou manifestações fragmentadas de sua vontade. Assim como a luz branca se divide em cores ao passar por um prisma, Olorum se expressa por meio da pluralidade dos orixás.

No aspecto simbólico mais profundo, Olorum representa aquilo que não pode ser nomeado com precisão. Sua simbologia não se esgota porque sua essência é mistério. Para os iniciados, Olorum é a consciência suprema; para os leigos, é o Deus que não precisa de imagem para ser sentido. Ele é o silêncio antes da palavra, o gesto antes da forma.

É a totalidade do invisível.

Valter Cichini Jr:.

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