Oxum: Orixá das Águas Doces, do Amor e da BelezaAproximadamente 2 min de leitura

Oxum: Orixá das Águas Doces, do Amor e da BelezaAproximadamente 2 min de leitura

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Oxum é um dos orixás mais cultuados nas tradições afro-brasileiras, especialmente no Candomblé e na Umbanda. Senhora das águas doces, ela reina nos rios, nas cachoeiras, e nos lagos, mas sua presença vai além da natureza visível, Oxum é a força do amor, da fertilidade, da sensualidade, da delicadeza e também do mistério que envolve o feminino profundo.

Nos dicionários de símbolos, a água é um dos arquétipos mais antigos da humanidade. Ela representa a origem da vida, o inconsciente, a fluidez das emoções, o poder de purificação e transformação. Oxum, como senhora das águas doces, traz essa dimensão do acolhimento, da escuta sensível, da intuição que flui como rio. Ela também é símbolo da fertilidade, tanto física, relacionada à maternidade e ao nascimento, quanto simbólica, como fonte criativa, artística e espiritual.

Em várias vertentes simbólicas, Oxum aparece associada ao ouro e aos espelhos. O ouro, metal solar e nobre, simboliza valor, brilho, abundância e, acima de tudo, o amor-próprio. Oxum ensina que a beleza verdadeira nasce do cuidado consigo. O espelho, por sua vez, não é vaidade, é instrumento de autoconhecimento. Oxum olha para o espelho para ver sua alma, não apenas sua aparência.

Na mitologia iorubá, ela é a orixa que conhece os segredos da magia, do encantamento e da sedução. Mas engana-se quem pensa que sua doçura é fraqueza. Oxum também sabe ser firme, principalmente quando se trata de proteger aqueles que ama. Sua força está na ternura. Ela é a mulher que dança leve, mas que carrega dentro de si a sabedoria das águas profundas.

Nos cultos afro-brasileiros, suas oferendas são deixadas à beira de rios e cachoeiras: flores amarelas, mel, perfumes e objetos dourados. São presentes de carinho, pedidos de proteção, agradecimentos por curas emocionais, desejos de amor correspondido e paz interior.

Oxum é sincretizada com Nossa Senhora Aparecida no Brasil, não por acaso, uma imagem encontrada nas águas, negra e milagrosa, mãe do povo sofrido e devoto. Essa associação reforça seu papel de Mãe Divina, acolhedora e justa.

Oxum é a beleza que cura, o amor que nutre, a água que guia. Simbolicamente, ela convida a escutar os sentimentos, a valorizar o que é sutil, a confiar no fluxo da vida. Como os rios, que sabem para onde ir mesmo sem saber o caminho, Oxum ensina a entregar, a suavizar e a florescer com leveza, mas com raiz profunda.

Ela é o reflexo da alma nas águas claras.

Valter Cichini Jr:.

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